AlÉm do sistema solar


INTRODUÇÃO

Olhando o céu numa noite límpida, sempre vemos as estrelas, às vezes a Lua, e de forma um pouco mais rara o que chamamos de "estrelas cadentes". Dentro desse conjunto, estão também os planetas do Sistema Solar, os quais nós percebemos como se fossem estrelas brilhantes (Júpiter, Vênus, Marte) ou simplesmente não os vemos (Urano e Netuno) a olho nu. Existem outros tipos de objetos celestes, que podemos detectar com instrumentos tais como binóculos, lunetas etc. A luz desses objetos geralmente chega muito tênue aos nossos olhos, por isso não os vemos a olho nu, ou temos uma impressão errada do que são. Todos têm nomes específicos e características próprias, e estão todos fora dos domínios do nosso Sol. Vamos começar com as estrelas e prosseguir até formações mais complexas.


ESTRELAS

As estrelas são esferas de gás, principalmente hidrogênio e hélio, que se encontram a uma temperatura muito alta. O gás é o “combustível” que fornece a energia do astro. Dizemos “combustível” por força de expressão, já que elas não estão queimando: ao invés disso, estão incandescentes, ou seja, tão quentes a ponto de emitirem luz. No interior das estrelas, especificamente em seu núcleo, ocorre a fusão nuclear, protons e neutrons entram em colisão devido à alta temperatura e se fundem formando outro núcleo atômico mais pesado e liberando energia. De acordo com a temperatura classificam-se as estrelas em padrões chamados espectrais, ou seja, analisa-se a luz que cada estrela emite e avalia-se sua temperatura e sua composição química. Os padrões estão na tabela abaixo, onde são relacionadas as cores com as temperaturas da superfície das estrelas. É então atribuído um código alfanumérico para cada relação.
 
 

Classe Espectral

O B A F G K M
Temperatura Mais De 

25000K

11000K a 
25000K
7500K
a
11000K
6000K
a

7500K
5000K
a
6000K
3500K a
5000K
Menos de 
3500K
Cor Azul Branca Azul Branca Amarelada Amarela Laranja Vermelha

 

A evolução de vida de uma estrela pode ser avaliada a partir do diagrama de Hertzsprung Russel para saber mais detalhes leia o texto do Prof. Kepler de Souza Oliveira Filho da UFRGS sobre as ESTRELAS . Ou ainda leia esse texto sobre Nascimento, Vida e Morte das Estrelas .

Assim como planetas giram em torno do Sol, existem outros sistemas com mais de uma estrela. São os sistemas binários, onde duas estrelas giram uma ao redor da outra; os ternários, onde há três estrelas, e assim por diante. Estes sistemas são chamados estrelas múltiplas. Dentro de um sistema de mais de uma estrela pode haver planetas. É engraçado imaginar um habitante de um planeta desses vendo mais de um sol no céu durante o dia, ou simplesmente não tendo noites. Quando existem muitas estrelas o grupo é chamado de aglomerado estelar.
 
 


AGLOMERADOS

Sistemas de muitas estrelas, reunidas no espaço, são chamados aglomerados estelares. Existem dois tipos fundamentais. São eles: os aglomerados abertos (também chamados de galácticos) e os aglomerados globulares.

Os aglomerados abertos caracterizam-se por possuírem um número reduzido de estrelas, da ordem de cem, e por estas estrelas poderem ser diferenciadas umas das outras, ou seja, podemos contá-las num sistema, apenas observando-o. Estas estrelas geralmente são jovens, e algumas delas são muitos quentes. O nome galáctico decorre do fato desses aglomerados serem encontrados no plano da nossa Galáxia. Raramente consegue-se observar uma nebulosidade ao redor das estrelas constituintes do grupo. Exemplos de aglomerados abertos não faltam: a "Caixinha de Jóias" é um típico, possui estrelas coloridas de fácil identificação e está situado na constelação do Cruzeiro do Sul; as "Plêiades" é o nome de um aglomerado aberto que pode ser visto sem instrumentos, na constelação de Taurus , o Touro.

M6: O Aglomerado Aberto da Borboleta
Crédito de imagem e direitos autorais: Sergio Eguivar; Buenos Aires Skies

Explicação: Para alguns, o contorno do aglomerado aberto de estrelas M6 assemelha a uma borboleta. M6, também conhecida como NGC 6405, se estende por cerca de 20 anos-luz e fica a 2.000 anos-luz de distância. M6 pode ser melhor visto em um céu escuro com binóculos na direção da constelação de Scorpius, o Escorpião; ocupa no céu uma área equivalente à da Lua Cheia. Como outros aglomerados abertos, M6 exibe muitas estrelas jovens azuis que são mais brilhantes, embora haja uma estrela brilhante de coloração alaranjada. M6 tem idade estimada de 100 milhões de anos. Determinar a distância para grupos como M6 ajuda os astrônomos na calibração da escala de distâncias no Universo.

 

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap110906.html

M7: Aglomerado Aberto de Estrelas em Escorpião
Crédito de imagem e direitos autorais: Dieter Willasch (Astro-Cabinet)

 

Explicação: M7 é um dos aglomerados abertos que mais se destacam no céu. O aglomerado é dominado por estrelas azuis brilhantes; pode ser visto a olho nu em um céu escuro na cauda da constelação de Scorpius, o Escorpião. M7 contém no total cerca de 100 estrelas, com uma idade em torno de 200 milhões de anos e se estende por 25 anos-luz de diâmetro, a uma distância de cerca de 1.000 anos-luz. A imagem foi obtida com a câmera digital astronômica SBIG STL-11000M na localidade de Hakos Gëstfarm, na Namíbia. O aglomerado aberto de estrelas M7 é conhecido desde os tempos antigos, sendo observado por Ptolomeu no ano 130 d.C. Também são visíveis uma nuvem de poeira escura e, literalmente, milhões de estrelas na direção do centro da Via-Láctea.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap120912.html

96 Aglomerados Estelares Abertos observados no Infravermelho.

"Com dados obtidos pelo telescópio de rastreio no infravermelho VISTA, instalado no Observatório do Paranal do ESO (sigla inglesa para Observatório Europeu do Sul) nos Andes chilenos, uma equipe internacional de astrônomos descobriu 96 novos aglomerados estelares abertos escondidos pela poeira da Via Láctea. Estes objetos pequenos e tênues permaneceram invisíveis em rastreios anteriores, mas não conseguiram escapar aos detectores infravermelhos muito sensíveis do maior telescópio de rastreio deste tipo existente no mundo, que consegue espreitar através da poeira. Esta é a primeira vez que tantos aglomerados pequenos e pouco brilhantes foram encontrados de uma só vez." (texto: ESO, com adaptações)

Disponível em: http://www.eso.org/public/brazil/news/eso1128/

Já os globulares possuem mais de 100 000 estrelas, as quais estão agrupadas em uma forma esférica, cuja densidade de estrelas é enorme, chegando a dezenas de estrelas por ano-luz cúbico. A consequência dessa alta densidade é a impossibilidade de contarmos as estrelas do grupo, já que a luminosidade de cada uma se confunde, e quando observado, o aglomerado fica parecido com uma nuvem difusa. É como um enxame de estrelas, num formato de globo, ou glóbulo; por isso o nome globular. As estrelas existentes nesse tipo de grupo são velhas e nesse caso as estrelas de coloração avermelhada se sobressaem. Os aglomerados globulares são objetos que datam do início da formação do Universo. O maior aglomerado globular conhecido é chamado Omega Centauri, que recebe este nome por ser observado a olho nu como a estrela mais fraca da constelação de Centaurus, o Centauro. Este aglomerado gigante possui cerca de 1 milhão de estrelas. Outros exemplos de globulares são o 47 Tucanae, na constelação do Tucana, o Tucano, o M22 em Sagitarius, o Sagitário, dentre outros. Os aglomerados globulares, ao contrário dos abertos, estão localizados, em sua maioria, fora do disco da Galáxia. Aqueles observados no disco estão apenas transitando por ele.

47 Tucanae perto da Pequena Nuvem de Magalhães
Crédito de imagem e direitos autorais: Ivan Eder

Explicação: O aglomerado globular 47 Tucanae é uma jóia do céu do sul. Também conhecido como NGC 104, ele percorre o halo da nossa Galáxia, juntamente com cerca de 200 outros aglomerados globulares. É o segundo aglomerado globular mais brilhante (depois de Omega Centauri). Encontra-se a cerca de 13.000 anos-luz de distância e pode ser observado a olho nu perto da Pequena Nuvem de Magalhães (PNM), na constelação de Tucana, o Tucano. A PNM está a 210.000 anos-luz de distância e é uma galáxia satélite da nossa Via Láctea, de forma que 47 Tucanae não está fisicamente perto da PNM. Estrelas na periferia dessa galáxia são vistas no canto superior esquerdo desta ampla imagem. Na imagem, 47 Tucanae é visto próximo ao canto inferior direito; ele possui aproximadamente o mesmo diâmetro aparente da Lua cheia, um denso aglomerado composto por centenas de milhares de estrelas em um volume de apenas cerca de 120 anos-luz de diâmetro. Longe do núcleo brilhante de 47 Tucanae, as gigantes vermelhas desse aglomerado são facilmente distinguíveis como estrelas de tons alaranjados. O aglomerado é também um local onde se encontram sistemas estelares binários exóticos de raios-x.

 

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap121206.html

M13: O Aglomerado Globular em Hércules
Crédito de imagem e direitos autorais: Martin Pugh

Explicação: Em 1716, o astrônomo inglês Edmond Halley observou: "Nada mais que um pequeno borrão, mas se mostra visível a olho nu quando o céu está sereno e a Lua ausente." M13 é reconhecido como o grande aglomerado globular em Hércules, um dos mais brilhantes do céu do norte. A uma distância de 25.000 anos-luz, o aglomerado estelar tem uma extensão de 150 anos-luz de diâmetro. Em seu núcleo contém mais de 100 estrelas num volume de um cubo de apenas três anos-luz de lado. Para efeito de comparação, a estrela mais próxima do Sol está a mais de quatro anos-luz de distância. Junto com o núcleo denso do aglomerado, as estrelas da borda do M13 são destaque nesta imagem com cores nítidas: como na imagem do aglomerado anterior, as gigantes vermelhas aparecem como estrelas de coloração alaranjada.

 

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap120614.html

Omega Centauri: O Brilhantísimo Aglomerado Globular
Crédito de imagem e direitos autorais: Joaquin Polleri & Ezequiel Etcheverry (Observatorio Panameño en San Pedro de Atacama)

Explicação: Esta enorme bola de estrelas se originou antes do nosso Sol. Muito antes da humanidade evoluir, antes dos dinossauros existirem, e mesmo antes do nosso planeta existir, foi a época em que aglomerados antigos como o Omega Centauri se condensaram e passaram a orbitar a jovem Via Láctea. Dos cerca de 200 aglomerados globulares que sobrevivem hoje, Omega Centauri é o maior, com mais de dez milhões de estrelas. Visível a olho nu aos observadores do hemisfério sul, Omega Centauri também é o mais brilhante aglomerado globular, com magnitude visual aparente de 3.9. Catalogado como NGC 5139, Omega Centauri está a 18.000 anos-luz de distância e tem 150 anos-luz de diâmetro. Ao contrário de muitos outros aglomerados globulares, as estrelas Omega Centauri exibem diferentes idades e abundâncias químicas, indicando que o aglomerado globular teve uma história complexa ao longo dos seus 12 bilhões de existência.

 

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130501.html


 


NEBULOSAS

O que existe entre as estrelas, ou entre um aglomerado e outro? Esta porção do espaço é conhecida como meio interestelar, o qual é constituído de regiões de vazio (ou quase) e por regiões mais densas, formadas por gases, chamadas nebulosas. Existem vários tipos de nebulosas, classificadas por meio da luz que recebemos delas, que é decomposta num espectro (parecido com um arco íris) e analisada. Deste modo, de acordo com os resultados, podem se encaixar em uma das seguintes categorias:

•  Nebulosas de emissão ou difusas;

•  Nebulosas de reflexão;

•  Nebulosas de absorção (ou escuras);

•  Nebulosas planetárias e

•  Nebulosas remanescentes de supernovas.

NEBULOSAS DE EMISSÃO: este tipo de nuvem é constituído de gás, o qual emite luz devido à energia fornecida por um corpo celeste próximo, tal como uma estrela azul recém formada. O corpo pode aquecê-la a cerca de 10.000 ° C. São geralmente muito extensas e delas as estrelas "nascem", ou seja, se formam geralmente em grupos (após a expulsão dos gases da nebulosa que lhe deu origem, o grupo de estrelas se torna um aglomerado aberto). O gás predominante é o hidrogênio, mas existem átomos de hélio, oxigênio, nitrogênio e neônio. Como exemplos deste tipo de nebulosa podemos citar a Nebulosa do Coração, na constelação de Cassiopeia, a Grande Nebulosa de Órion (também chamada de M42) e a nebulosa de Trífida, na constelação de Sagittarius, o Sagitário (veja imagens a seguir).

 

IC 1805: A Nebulosa do Coração
Crédito de imagem e direitos autorais: Terry Hancock

Explicação: Com uma extensão de quase 200 anos-luz, a nebulosa de emissão IC 1805 é uma mistura de gás interestelar brilhante e nuvens de poeira escura. Por causa de sua forma é mais conhecida como Nebulosa do Coração. Distante 7.500 anos-luz ela está num dos braços espirais da nossa Galáxia, no Braço de Perseu. É uma região de formação estelar, um dos chamados “berçários estelares”. De fato, próximo ao centro do “coração cósmico” representado por IC 1805, há estrelas massivas e quentes que compõem um aglomerado de estrelas recém-nascidas conhecido como Melotte 15, com idade de 1,5 milhões anos. A nebulosa do coração está localizada na constelação de Cassiopeia, a rainha Cassiopéia. Esta visão detalhada da região em torno da nebulosa do coração se estende por cerca de dois graus no céu ou cerca de quatro vezes o diâmetro aparente da Lua Cheia.

 

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130304.html

M42: Dentro da Nebulosa de Orion
Crédito de imagem e direitos autorais: Reinhold Wittich

Explicação: A Grande Nebulosa de Orion, uma imensa região de formação estelar nas nossas proximidades, é provavelmente a mais famosa de todas as nebulosas astronômicas. Aqui, o gás brilhante envolve as estrelas jovens e quentes nas bordas de uma imensa nuvem molecular interestelar a apenas 1.500 anos-luz de distância. Na imagem ao lado cores foram atribuídas para destacar as emissões de oxigênio e de hidrogênio, ligadas às mechas e lençóis de poeira e gás que são particularmente evidentes. A Grande Nebulosa de Órion pode ser observada a olho nu próximo ao cinturão da figura imaginária do caçador, composto por três estrelas igualmente espaçadas na famosa configuração conhecida como “As Três Marias”. Além de abrigar um brilhante aglomerado aberto de estrelas conhecido como o Trapézio, a Nebulosa de Orion contém muitos berçários estelares. Estes viveiros contêm muito gás hidrogênio, estrelas jovens e quentes, discos protoplanetários e jatos estelares expelindo material em altas velocidades. Também conhecida como M42, a Nebulosa de Orion se estende por cerca de 40 anos-luz e está localizada no mesmo braço espiral da nossa galáxia em que se localiza o Sol.

 

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130320.html

A nebulosa de Trifida
Crédito da imagem: Telescópio Subaru (NAOJ), Telescópio Espacial Hubble, Martin Pugh; processamento: Robert Gendler
Explicação: Nuvens luminescentes de gás se misturam com faixas de poeira na nebulosa Trifida, uma região de formação de estrelas na direção da constelação de Sagittarius, o Sagitário. No centro, as três faixas de poeira em destaque dão a Trífida o seu nome, cujo significado é tríplice, ou dividida em três. Montanhas de pó opaco aparecem à direita, enquanto outros filamentos escuros de poeira são visíveis emaranhados por toda a nebulosa. Uma única estrela massiva visível perto do centro produz o brilho dessa nebulosa. Trífida, também conhecida como M20, tem apenas 300 mil anos de idade, colocando-a como uma das mais jovens nebulosas de emissão conhecidas. A nebulosa fica a 9.000 anos-luz de distância e a parte retratada aqui se estende por cerca de 10 anos-luz. A imagem acima é uma composição de imagens obtidas por meio do Telescópio Subaru de 8,2 m de diâmetro em solo, e pelo Telescópio Espacial Hubble; os dados relacionados às cores são fornecidos por Martin Pugh e a montagem da imagem e ajustes são de autoria de Robert Gendler .

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130128.html

NEBULOSAS DE REFLEXÃO: um exemplo deste tipo é a nebulosidade que envolve as estrelas jovens do aglomerado aberto das Plêiades em Touro, cujas estrelas iluminam o gás que simplesmente reflete a luz. Devido a essa reflexão é que enxergamos a nebulosa. A parte azul da nebulosa Trífida (figura anterior) é uma nebulosa de reflexão.

M45: O aglomerado estelar das Pleiades

Crédito da imagem e direitos autorais:   Robert Gendler

Explicação: Sendo, talvez, o mais famoso aglomerado estelar, as Plêiades podem ser vistas sem o uso de instrumentos até em céus luminosamente poluídos, como nas grandes cidades. Também conhecidas como As Sete Irmãs e M45, as Plêiades são um típico representante do tipo de aglomerado estelar chamado de aglomerado aberto (veja o trecho anterior sobre aglomerados, neste texto), sendo um dos mais brilhantes e próximos. As Plêiades contêm mais de 3000 estrelas, distando 400 anos-luz de nós e estendendo-se por 13 anos-luz. A nebulosidade em torno das estrelas mais brilhantes do aglomerado é evidente nessa imagem e é um belo exemplo de nebulosa de reflexão. As pontas luminosas em formato de cruz vistas nas estrelas mais brilhantes são efeitos de difração associados à formação da imagem em um telescópio.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap120903.html

Rigel e a Nebulosa da Cabeça de Bruxa
Crédito de imagem e direitos autorais: Rogelio Bernal Andreo (Deep Sky Colors)

Explicação: Essa nebulosa de reflexão de formato sugestivo está associada com a estrela Rigel (Beta Orionis), a estrela mais brilhante da constelação de Orion (apesar da designação de “beta”). Formalmente conhecida como IC 2118, a Nebulosa Cabeça de Bruxa se estende por cerca de 50 anos-luz e é composta por grãos de poeira interestelar que refletem a luz da estrela Rigel. Neste retrato cósmico, a cor azul da Nebulosa Cabeça de Bruxa e da poeira em torno de Rigel é causada não só por Rigel e sua intensa luz azul, mas também porque os grãos de poeira causam o espalhamento da luz azul de forma mais eficiente do o fazem para a luz vermelha. O mesmo processo físico provoca a coloração azul do céu diurno da Terra, embora os dispersores na atmosfera terrestre sejam as moléculas de nitrogênio e oxigênio. Rigel, a Nebulosa Cabeça de Bruxa, bem como o gás e a poeira a elas associados estão a 800 anos-luz de distância.

 

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap121101.html

Nebulosa de reflexão vdB1
Créditos e direitos autorais: Adam Block, Mt.. SkyCenter Lemmon, da Universidade de Arizona

Explicação: Cada livro tem uma primeira página e cada catálogo tem uma primeira entrada. Assim, esta linda nuvem cósmica azul inicia o Catálogo van den Bergh (vdB) de estrelas rodeadas por nebulosas de reflexão. Nuvens de poeira interestelar refletem a luz das estrelas próximas a elas; as nebulosas aparecem geralmente azuis porque o espalhamento da luz pelos grãos de poeira é mais eficaz em comprimentos de onda mais curtos, (ou seja, do lado azul do espectro visível). O mesmo tipo de dispersão dá ao planeta Terra o céu azul diurno. O Catálogo de van den Bergh de 1966 contém um total de 158 entradas, a maioria visível do hemisfério norte, incluindo as Plêiades, de que falamos anteriormente, e outros alvos populares aos astrônomos amadores. Com uma extensão de pelo menos cinco anos-luz , VdB1 fica a 1.600 anos-luz de distância na constelação de Cassiopéia. Também nesta cena há duas nebulosas intrigantes à direita da imagem que mostram laços e ejeções: figuras associadas com o processo energético de formação estelar. Dentro dessas nebulosas estão estrelas variáveis extremamente jovens: ??V633 Cas (em cima) e a V376 Cas.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap121026.html

NEBULOSAS de ABSORÇÃO: Nos dois tipos de nebulosas já mencionadas, temos aquelas que emitem radiação (nebulosas de emissão) e outras que apenas refletem ou espalham a luz proveniente das estrelas que lhes são próximas. As nebulosas de absorção, como seu nome indica, absorvem a luz das estrelas que estão atrás ou dentro delas. Aparecem no céu como áreas escuras, onde, aparentemente, há um “vazio de estrelas”, mas são apenas essas nebulosas que estão bloqueando (absorvendo) a luz das estrelas que estão atrás delas.  

IC 1396 e Campo Estelar ao Redor
Créditos e direitos autorais: Thomas W. Earle

Explicação: Esparramada através de centenas de anos-luz, a nebulosa de emissão IC 1396, visível no canto superior direito, é uma mistura de gás cósmico brilhante e nuvens de poeira escura. As estrelas estão se formando nesta área, distante 3.000 anos-luz da Terra. Esta imagem de campo amplo também captou nebulosas de emissões e de absorção circundantes. O brilho vermelho no IC 1396 e em toda a imagem é devido ao gás de hidrogênio que emite radiação por meio de um mecanismo de emissão chamado de recaptura de elétrons. As nuvens de poeira escura são grupos densos de partículas escuras muito comuns nos discos de galáxias espirais. Entre as formas escuras intrigantes dentro de IC 1396, a Nebulosa Tromba do Elefante um enrolamento que se encontra logo à direita do centro da nebulosa. IC 1396 encontra-se bem ao sul na constelação de Cepheus, próxima à fronteira com a constelação de Cygnus, o Cisne.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap090819.html

NGC 2170: Tranquila Vida Celestial
Crédito de imagem e direitos autorais: Ignacio Diaz Bobillo

Explicação: Como numa pintura de “natureza morta” esta cena foi composta de pinceladas cósmicas e retrata a empoeirada nebulosa NGC 2170 que brilha à esquerda do centro de imagem. Refletindo a luz de estrelas quentes próximas, NGC 2170 é composta por outras nebulosas azuladas de reflexão, uma região de emissão avermelhada, muitas nebulosas de absorção escuras e um pano de fundo de estrelas coloridas. Assim como os artistas que criam esses quadros costumam retratar itens domésticos, a natureza costuma ornar esses quadros celestes com nuvens de gás, poeira, estrelas quentes, itens comumente encontrados em cenários como o dessa imagem – uma massiva nuvem molecular na constelação de Monoceros, o Unicórnio. A nuvem molecular gigante, Mon R2, está bem próxima, a apenas 2.400 anos-luz, aproximadamente. Nessa distância, a “tela” desse quadro celeste tem uma largura de 40 anos-luz.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130114.html

Nebulosas NGC 6914
Crédito: Fundação Descubre, CAHA, OAUV, DSA​​, Vicent Peris (OAUV), Jack Harvey (SSRO), Juan Conejero (PixInsight)

Explicação: Um dramático estudo em contrastes, esta paisagem cósmica retrata estrelas, poeira e gás brilhante em NGC 6914. O complexo de nebulosas fica a cerca de 6000 anos-luz de distância, na direção da constelação de Cygnus, o Cisne, no plano da nossa Galáxia - a Via Láctea. Com a silhueta da poeira em primeiro plano, juntamente com as nebulosas de emissão avermelhadas e as de reflexão azuladas, o quadro se espalha por um campo de meio grau no céu, o diâmetro aparente da Lua Cheia. Para a distância estimada para NGC 6914, a extensão dessa cena no espaço é de 50 anos-luz. A radiação ultravioleta emitida por estrelas massivas, quentes e jovens da extensa associação OB2 ionizam (arrancam elétrons do núcleo atômico) dos átomos de hidrogênio que compõem a nuvem de gás, produzindo a cor característica dessas nebulosas. As estrelas imersas em Cygnus OB2 também são responsáveis pela luz azulada refletida pelas nuvens de poeira. Construída como um mosaico a partir de dois painéis, a imagem foi processada de forma a realçar igualmente as cores brilhantes e as débeis, bem como os detalhes estruturais da nebulosa.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap110304.html

A Torre Negra em Escorpião
Crédito de imagem e direitos autorais: Don Goldman

Explicação: Aparecendo como uma silhueta contra o fundo repleto de estrelas, na direção da constelação de Scorpius, o Escorpião, esta nebulosa evoca, para alguns, a imagem de uma sinistra torre negra. Na verdade, concentrações de poeira e gás molecular, colapsando para formar estrelas, podem muito bem se esconder dentro da nebulosa escura, uma estrutura que se estende por quase 40 anos-luz neste belo retrato telescópico. Conhecida como um glóbulo cometário, a nuvem soprada pelos ventos estelares se estende da parte de baixo à direita da figura, para a parte de cima (topo da torre) e para a esquerda e acima do centro. Ela é moldada pela intensa radiação ultravioleta emitida pela associação de estrelas OB (estrelas quentes que emitem mais radiação azul) que se localizam na nebulosa NGC 6231, que não aparece na foto. Essa radiação ultravioleta também aciona o brilho avermelhado nas fronteiras brilhantes do glóbulo, composto de gás hidrogênio. A luz de estrelas quentes imersas na poeira pode ser vista como nebulosa de reflexão, de coloração azulada. Esta torre negra, bem como a NGC 6231 e as nebulosas associadas estão a cerca de 5.000 anos-luz de nós.


Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130106.html

A Nebulosa Escura Cabeça de Cavalo

Crédito da imagem: Arne Henden ( US Naval Observatory, Flagstaff )

Explicação: À deriva pelo do cosmos, uma magnífica nuvem de poeira interestelar foi esculpida por ventos estelares e pela radiação e assumiu uma forma reconhecível. Apropriadamente chamada de Nebulosa Cabeça de Cavalo, ela está inserida no vasto complexo de gás e poeira formadores de estrelas, em torno da Nebulosa de Órion (M42), que mencionamos anteriormente como exemplo de nebulosa de emissão. Essa nebulosa escura é catalogada como Barnard 22 e é visível somente porque bloqueia a luz da nebulosa de emissão que está atrás dela. Na verdade, a Cabeça do Cavalo é apenas parte de uma nuvem maior que pode ser vista estendendo-se para a parte inferior do quadro. Um gratificante, embora difícil objeto para ser observado com pequenos instrumentos, a nebulosa foi retratada nesta bela imagem colorida que é uma exposição composta feita com a utilização de três filtros, num sistema denominado BVR, usando um telescópio de um metro de diâmetro.

Disponível em:

http://apod.nasa.gov/apod/ap130422.html

 

A Nebulosa do Cachimbo
Crédito de imagem e direitos autorais: Yuri Beletsky (Observatório Las Campanas, Carnegie Institution for Science)

Explicação: A leste de Antares (estrela mais brilhante da constelação de Scorpius, o Escorpião), manchas escuras se expandem através de campos estelares em direção ao centro da Via Láctea. Catalogado no início do século 20 pelo astrônomo E. E. Barnard, as nuvens escuras de poeira interestelar incluem B59, B72, B77 e B78, vistas em silhueta contra o fundo estrelado. As formas combinadas dessas nuvens sugerem a figura do fornilho e o tubo de um cachimbo; assim, o nome popular da nebulosa escura é a Nebulosa do Cachimbo. A imagem obtida foi obtida após 24 horas de exposição realizada nos céus muito escuros do deserto chileno do Atacama. Abrange no total um campo de 10 por 10 graus na constelação Ofiucus, o Serpentário. A Nebulosa do Cachimbo é parte do complexo de nuvens escuras nessa constelação e está localizada a uma distância de 450 anos-luz. Núcleos densos de gás e poeira dentro da Nebulosa do Cachimbo estão em colapso para formar estrelas.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap121123.html


NEBULOSAS PLANETÁRIAS: quando uma estrela com massa semelhante à do nosso Sol "morre", ela produz uma formação gasosa, que recebe o nome de nebulosa planetária, denominação essa usada pelo famoso astrônomo alemão William Herschel, em virtude de a nebulosa se parecer com um planeta distante (como Urano ou Netuno), quando observada ao telescópio. Quando a estrela morre, ela ejeta parte de sua massa gasosa que pode adquirir forma de uma enorme bolha esférica de gás tênue e brilhante ao redor da estrela que lhe deu origem. Campos magnéticos e outros efeitos podem produzir formas bem diferentes de uma simples bolha esférica, de forma que há uma profusão de formas e cores, e as nebulosas planetárias podem ser bem diferentes entre si, como veremos nos exemplos a seguir:


NGC 6302: A Nebulosa Borboleta
Crédito da imagem: NASA, ESA, e Hubble SM4 ERO Equipe

Explicação: Os aglomerados e nebulosas vistos no céu noturno do planeta Terra às vezes recebem os nomes de flores e insetos. Apesar da sua envergadura cobrir mais de três anos-luz, NGC 6302 não é uma exceção. Com uma temperatura superficial estimada de cerca de 250.000 °C, a estrela agonizante que fica no centro da nebulosa tornou-se excepcionalmente quente, brilhando poderosamente em radiação ultravioleta. Apesar do brilho, ela se mantém escondida da visão direta por um toro de poeira, ou seja, um gigantesco “donut” de poeira ao redor da estrela. Essa imagem, um zoom nítido e colorido de NGC 6302, foi obtida em 2009 pela câmera de grande campo número três, do Telescópio Espacial Hubble, instalada durante a última missão de serviço, feita por astronautas com o auxílio de um ônibus espacial. Atravessando uma brilhante cavidade de gás ionizado, o toro de poeira ao redor da estrela central está próximo ao centro da imagem, e é visto quase de perfil; o hidrogênio molecular já foi detectado nessa “mortalha estelar”. NGC 6302 localiza-se a quatro mil anos-luz, na constelação de Scorpius, o Escorpião.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130607.html

M57: A Nebulosa do Anel
Crédito da imagem: NASA, ESA, e Hubble Heritage (STScI / AURA) - ESA / Hubble Colaboração

Explicação: Exceto pelos anéis de Saturno, a Nebulosa do Anel (M57) é provavelmente o mais famoso anel celestial. Sua aparência clássica é decorrência da nossa própria perspectiva, no entanto. O recente mapeamento da estrutura tridimensional da nebulosa em expansão, baseado em parte nesta imagem detalhada fornecida pelo telescópio espacial Hubble indica que a nebulosa é relativamente densa, um toro (forma da câmara de pneu, ou de um “donut”) que envolve uma nuvem luminescente em forma de bola de futebol americano. A perspectiva que temos da Terra é ao longo eixo dessa bola que se encaixa dentro do buraco da “câmara de pneu”, que é vista de frente. Como se sabe, neste exemplo bem estudado deste tipo de nebulosa, o material incandescente não vem de planetas, apesar do nome “nebulosa planetária”. Trata-se, na verdade de uma “mortalha gasosa” formada por camadas exteriores expulsas pela estrela agonizante, outrora uma estrela similar ao Sol, agora um pequeno ponto de luz visto no centro da nebulosa. A luz ultravioleta intensa da estrela central quente ioniza o gás (isto é, arranca os elétrons de alguns átomos). Na foto, a cor azul no centro é produzida pelo hélio ionizado, a cor turquesa do anel interno é provém do hidrogênio e do oxigênio e a cor avermelhada vista no anel externo, do nitrogênio e do enxofre. A Nebulosa do Anel têm um ano-luz de diâmetro e fica a 2.000 anos-luz de distância.

 


Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130605.html

NGC 3132: A Nebulosa do Anel Sul
Crédito da Imagem: Arquivo do Legado do Hubble , ESA, NASA, Processamento - Donald Waid

Explicação: É a estrela fraca, e não a brilhante, perto do centro da NGC 3132 que criou essa nebulosa planetária estranha, mas bonita. Apelidado de Nebulosa Explosão-Oito e de Nebulosa do Anel Sul, é o resultado do gás brilhante originado nas camadas externas de uma estrela como o nosso Sol. Nesta imagem colorida reprocessado, a piscina púrpura quente de luz visto em torno deste sistema binário é energizada pela superfície quente da estrela fraca. Embora fotografado para explorar simetrias incomuns, são as assimetrias que ajudam a tornar esta nebulosa planetária tão intrigante. Nem a forma incomum da concha mais fria em torno e nem a estrutura e colocação das faixas de poeira filamentar que atravessam NGC 3132 são bem compreendidas.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130409.html

RESTOS DE SUPERNOVAS: como o próprio nome sugere, este tipo de nuvem é gerado pela explosão de uma estrela, fenômeno esse chamado de supernova. Quando isso ocorre, os gases existentes na estrela são expulsos violentamente para todas as direções e de forma irregular, tal como ocorre com uma bomba aqui na Terra. O resultado é uma nuvem esparsa, amorfa e brilhante, devido à alta energia expelida na explosão e também aos elementos radiativos criados no momento da explosão. Nas figuras a seguir veremos alguns exemplos.  

Supernova de Kepler em Raios-X
Crédito de imagem: Raio X: NASA / CXC / NCSU / M. Burkey et al. Óptico: DSS

Explicação: O que causou essa confusão? Algum tipo de estrela que explodiu para criar a nebulosa com formato incomum conhecido como supernova de Kepler, mas que tipo? A luz da explosão estelar que criou esta nuvem cósmica energizada foi vista pela primeira vez no planeta Terra em outubro de 1604, apenas quatrocentos anos atrás. A supernova produziu uma nova estrela brilhante no céu do século 17 e dentro da constelação de Ofíuco. Essa nova luz no céu foi estudada pelo astrônomo Johannes Kepler e seus contemporâneos, sem o benefício de um telescópio, enquanto procuravam uma explicação da aparição celeste. Armado com uma compreensão moderna da evolução estelar, os primeiros astrônomos do século 21 continuam a explorar a nuvem de detritos em expansão, mas agora pode usar telescópios espaciais em órbita para o levantamento da supernova remanescente de Kepler em todo o espectro. Dados e imagens da supernova remanescente de Kepler tomada pelo observatório orbital Chandra de raios-X tem mostrado abundâncias de elementos químicos relativos a uma supernova de tipo Ia, e ainda indicou que o progenitor era uma estrela anã branca, que explodiu quando acrescida de mais materiais de uma estrela companheira - uma gigante vermelha e no processo ultrapassou o limite de Chandrasekhar. Ela está a 13 mil anos-luz de distância, a supernova de Kepler representa a mais recente explosão estelar vista a ocorrer dentro de nossa Galáxia a Via Láctea.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130515.html
http://chandra.si.edu/photo/2013/kepler/

NGC 6960: A Nebulosa Vassoura da Bruxa
Crédito de imagem e direitos autorais: Martin Pugh ( Heaven's Mirror Observatory)

Explicação: Dez mil anos atrás, antes do início da história humana, uma nova luz teria de repente aparecido no céu à noite e desapareceu depois de algumas semanas. Hoje sabemos que esta luz era de uma supernova, ou estrela explodindo, e registramos hoje a nuvem de detritos em expansão como a Nebulosa do Véu, um remanescente de supernova. Esta visão telescópica acurada é centrada em um segmento ocidental da Nebulosa do Véu catalogada como NGC 6960, mas menos e formalmente conhecido como Nebulosa Vassoura da Bruxa. Arrancada na explosão cataclísmica, a onda de choque através do espaço interestelar está a varrer o material interestelar. Trabalhada com filtros de banda estreita, os filamentos brilhantes são como ondas longas e muito bem separadas em hidrogênio atômico (vermelho) e oxigênio (azul e verde) do gás. O remanescente de supernova completo fica a 1.400 anos-luz em direção à constelação do Cisne. A Vassoura da Bruxa se estende por cerca de 35 anos-luz. A estrela brilhante no quadro é a 52 Cygni, visível a olho nu a partir de um local escuro, mas sem relação com o antigo remanescente de supernova.


Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130529.html

NGC 2736: A Nebulosa do Lápis
Crédito da Imagem: ESO

Explicação: Esta onda de choque, espalhada pelo espaço a mais de 500.000 quilômetros por hora está se movendo em direção à parte inferior, nesta composição colorida belamente detalhada, os finos filamentos trançados são realmente longas ondulações em uma folha de gás incandescente visto quase de lado. Catalogada como NGC 2736, a sua aparência estreita sugere seu nome popular, a Nebulosa do Lápis. Cerca de 5 anos-luz de comprimento e apenas a 800 anos-luz de distância, a Nebulosa do Lápis é apenas uma pequena parte da remanescente supernova de Vela. A própria remanescente de Vela possui 100 anos-luz de diâmetro e é a nuvem de detritos em expansão de uma estrela que foi visto a explodir a 11.000 anos atrás. Inicialmente, a onda de choque estava se movendo em milhões de quilômetros por hora, mas diminuiu consideravelmente, varrendo-se em torno do gás interestelar.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap120924.html


GALÁXIAS
 

Todos os objetos até agora vistos se encontram dentro de uma estrutura chamada de Galáxia, com "G" maiúsculo, representando o conjunto em que nós estamos. Portanto uma galáxia é um conjunto de estrelas, planetas, aglomerados, nebulosas, poeira e gases, que estão confinados num pedaço do espaço sideral. São como ilhas no Oceano. A nossa Galáxia é por vezes chamada de Via Láctea, e estima-se que ela tenha cerca de 100.000 anos-luz de diâmetro, 16.000 anos-luz de espessura e 100 bilhões de estrelas.

Existem milhões de galáxias no Universo, com variadas formas e tamanhos, algumas próximas, outras distantes de nós. As galáxias, de acordo com o formato, são classificadas em elípticas, lenticulares, espirais, espirais barradas e irregulares. A nossa Galáxia, acredita-se, é uma espiral barrada, ou seja, é parecida com um redemoinho, ou a figura típica da água ao escorrer pelo ralo de uma pia. Um exemplo de espiral é a galáxia de Andrômeda, que possui 400 bilhões de estrelas e 200.000 anos luz de diâmetro; esta é a galáxia de grande porte mais próxima da nossa, e está a 2,2 milhões de anos-luz de distância. Outro exemplo de galáxia espiral é o "Sombrero", em Virgem, que é vista de perfil da Terra. O outro tipo de espiral é a barrada, que é uma espiral cujo núcleo é transpassado por uma barra de estrelas, e dela saem os braços espirais. São exemplos: NGC 1365; NGC 1300, M81, NGC 1530, etc. As elípticas não possuem braços espirais e quase nenhum gás para formar novas estrelas: elas se parecem com os núcleos das galáxias espirais. A galáxia M87 é uma das maiores galáxias conhecidas, com um trilhão de estrelas e é do tipo elíptica. As elípticas vão do formato esférico até as bem alongadas, como um grão de arroz. Já as do tipo irregulares não têm forma definida, como o próprio nome sugere. São exemplos: a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães, galáxias satélites da nossa; NGC 55, na constelação do Escultor; a M82 em Ursa Maior; etc.

É importante ressaltar que todas as outras galáxias existentes no Universo se encontram fora da nossa própria Galáxia, a Via Láctea e que a nossa é apenas uma dentre as milhões de galáxias observáveis Universo afora.

M64: Galáxia do Olho Negro
Crédito de imagem e direitos autorais: Martin Pugh

Explicação: Este bela, brilhante, galáxia espiral Messier 64 é muitas vezes chamada de Galáxia do Olho Negro ou a Galáxia da Bela Adormecida por sua aparência de pálpebras pesadas vista ao telescópio. M64 está a 17 milhões de anos-luz distante de nós e na constelação da Cabeleira de Berenice. Na verdade, a galáxia de olhos vermelhos também pode ser um apelido apropriado nesta composição colorida. As enormes nuvens de poeira que obscurecem próximo ao lado da região central de M64 são associados com o brilho avermelhado revelador de hidrogênio, comumente associado a regiões formadoras de estrelas. Mas não é só essas características peculiares desta galáxia. As observações mostram que M64 é na verdade composto de duas galáxias, dois sistemas concêntricos em contra-rotação. Enquanto todas as estrelas M64 giram na mesma direcção que o gás interestelar na região central da galáxia, o gás nas regiões exteriores, que se estende até cerca de 40.000 anos-luz, roda na direcção oposta. O olho empoeirado e rotação bizarra é provavelmente o resultado de um bilhão de anos de idade na fusão de duas galáxias diferentes.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130404.html

Galáxia Espiral M81 e arco de Arp
Crédito de imagem e direitos autorais: Bernard Miller

Explicação: Uma das galáxias mais brilhantes no céu do planeta Terra é similar em tamanho a nossa Via Láctea. Esta grande galáxia espiral (M81) encontra-se a 11,8 milhões de anos-luz de distância na direção da constelação da Ursa Maior. A imagem de fundo da região revela detalhes do núcleo amarelo brilhante, mas ao mesmo tempo segue características mais fracas ao longo de lindos braços espirais azuis da galáxia e faixas de poeira. Ela também apresenta um arco expansivo, conhecido como arco de Arp (Halton Arp), que parece subir a partir do disco da galáxia no canto superior direito. Esse arco estudado na década de 1960 foi cosiderado decorrente de forças de marés de material retirado de M81 pela interação gravitacional com a sua galáxia vizinha M82. Mas uma investigação posterior mostra que pelo menos alguns dos arcos de Arp provavelmente está dentro da nossa própria galáxia. As cores do arco em luz visível e infravermelha combinadas com as cores das nuvens penetrantes de poeira, relativamente inexploradas estão apenas algumas centenas de anos-luz acima do plano da Via Láctea. Junto com as estrelas da Via Láctea, as nuvens de poeira se encontram no primeiro plano desta visão notável. Uma galáxia anã companheira de M81, Holmberg IX, pode ser vista logo acima da grande espiral. No céu, esta imagem se estende por cerca de 0,5 graus, o tamanho da Lua Cheia.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130416.html

Galáxia do Sombrero vista pelo Hubble
Crédito: NASA, ESA, e Hubble Heritage Team (STScI / AURA)

Explicação: O que está acontecendo no centro da galáxia espiral? Nomeado de Galáxia do Sombrero pela sua semelhança com um chapéu, M104, possui uma faixa proeminente da poeira e um halo brilhante de estrelas e aglomerados globulares. Razões para um Chapéu de Sombrero como a aparência incluem um grande e prolongado bojo central de estrelas, e faixas de poeira escura proeminentes que aparecem em um disco que vemos quase de lado. Bilhões de estrelas velhas causam o brilho difuso do bojo central. A inspeção da protuberância na fotografia acima mostra muitos pontos de luz que são, na verdade, aglomerados globulares de estrelas muitos jovens e brilhantes e o espetacular anel de poeira de M104. Tudo isso mostra intrincados detalhes que os astrônomos ainda não entendem completamente. O centro da Galáxia do Sombrero brilha em todo o espectro eletromagnético, e considera-se que M104 abrigue um grande buraco negro. A luz da Galáxia do sombrero demora cinquenta milhões de anos para ser vista com um pequeno telescópio na Terra na direcção da constelação de Virgem.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap110515.html


GRUPOS de GALÁXIAS

No Cosmos, as maiorias dos objetos tendem a se agruparem. Seja em sistemas planetários (grupos de planetas luas e estrelas), seja em sistemas estelares (estrelas binárias, triplas, etc.), em aglomerados de estrelas (abertos ou globulares), e tudo isso se agrupa em galáxias. Nesse sentido, nada mais natural que as galáxias se agruparem. Pois é isso mesmo que acontece. As galáxias formam grupos, que possuem vários tamanhos e variam em quantidade de elementos.

GRUPO

Um grupo é um conjunto de galáxias, onde pelo menos 12 (doze) delas são mais luminosas que a magnitude absoluta -16, e que estão contidas num volume mínimo de um Mpc (megaparsec, equivalente a 3,26 milhões de anos-luz) de raio. Essa concentração de estrelas representa cerca de 10 vezes a densidade de fora do grupo.

O GRUPO LOCAL DE GALÁXIAS  

A nossa Galáxia, a Via Láctea, também pertence a um grupo, chamado apropriadamente de Grupo Local. Ele é uma região que abrange as galáxias existentes dentro de um raio de 1,3 Mpc, a partir da nossa Galáxia.

Numa listagem, conferimos os constituintes do Grupo. Existem duas galáxias espirais gigantes, Andrômeda (M31) e a Via Láctea; uma espiral menor, a galáxia do Triângulo (M33) duas galáxias irregulares (as nuvens de Magalhães); uma pequena elíptica (M32 - satélite de Andrômeda) e dezenas de galáxias anãs de vários tipos (anãs irregulares, elípticas anãs, anãs esferoidais). Embora se acredite que haja membros que ainda não foram descobertos, pode-se estimar em torno de quarenta o número de objetos mais brilhantes, havendo ainda um tipo recentemente descoberto (2007) de galáxias ultradébeis, que podem elevar consideravelmente o número de objetos do Grupo Local .

Não há uma concentração central no nosso Grupo, existem pelo menos dois subgrupos, centrados na nossa Galáxia e em Andrômeda. Estas duas por si só concentram 70% da massa total do Grupo, a qual equivale a cerca de 650 bilhões de massas solares. Dada essa distribuição de massas, o centro do nosso Grupo encontra-se quase à metade da distância entre a nossa Galáxia e a galáxia de Andrômeda (cerca de 2,2 milhões de anos-luz).

A partir desses dados, é calculada uma massa, chamada massa dinâmica, que possui uma magnitude quatro vezes maior que a observada. Isso nos leva a concluir que existe mais massa que a observada, mas onde ela estaria? Parte pode ser encontrada em galáxias invisíveis da Terra, devido, basicamente, a dois motivos:

  • Galáxias podem estar atrás da nossa, ou seja, o plano galáctico impede a detecção de possíveis objetos que estejam naquela posição;
  • Galáxias anãs não são facilmente detectadas quando se encontram além da distância que nos separa de Andrômeda.

Além dessas galáxias não detectadas, a “massa faltante” pode existir sob a forma de matéria escura, cujas propriedades e constituição são objeto de pesquisa atual em Física, Astrofísica e Cosmologia.

 

Representação 3D do nosso Grupo Local.

Créditos: http://en.wikipedia.org/wiki/Local_Group

Fonte

Redesenhado de File:Local Group.JPG , original de
http://www.atlasoftheuniverse.com

Autor Richard Powell

Estrela Regulus (de Leão) perto da galáxai anã
Leo I
Créditos e direitos autorais: Chris Cook (CookPhoto.com)

Explicação: A estrela no topo é tão brilhante que às vezes é difícil perceber a galáxia em direção ao fundo. Na foto acima, tanto a estrela Regulus, e da galáxia, Leo I, podem ser encontradas dentro de um grau e ambas estão na constelação de Leão (Leo). Regulus é parte de um sistema de estrelas múltiplas, com um companheiro próximo, estrela dupla visível no canto inferior esquerdo da jovem estrela da sequência principal. Leo I é uma galáxia anã esferoidal do Grupo Local de galáxias dominadas por nossa Galáxia a Via Láctea e M31. Leo I é considerada a mais distante das galáxias anãs da nossa vizinhança Regulus está distante 75 anos-luz , em contraste com Leo 1, que fica a 800.000 anos-luz de distância.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap120110.html

NGC 6822: Galáxia de Barnard
Crédito de imagem e direitos autorais: Stephen Leshin, Colaboração: Deidre Hunter e LARI

Explicação: Galáxias espirais grandes muitas vezes parecem receber toda a glória, ostentando suas estrelas brilhantes jovens, aglomerados de estrelas e belos braços espirais simétricos. Mas as pequenas galáxias se constituem de estrelas também, nas proximidades NGC 6822, também conhecida como Galáxia de Barnard. Além de um campo estelar rico, na direção da constelação de Sagitário, a NGC 6822 está a 1,5 milhões de anos-luz de distância, um membro do nosso grupo local de galáxias. Cerca de 7.000 anos-luz de diâmetro. A galáxia anã irregular contém jovens estrelas azuis e um brilho rosado de hidrogênio de regiões de formação estelar na imagem composta. Essa imagem de uma pequena galáxia foi feita como parte da Iniciativa de Pesquisa Amateur Lowell (Lari), com colaborações de astrônomos amadores.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130208.html

M31: A galáxia de Andrômeda
Crédito de imagem e direitos autorais: Lorenzo Comolli

Explicação: Andromeda é a maior galáxia próxima da nossa Via Láctea. Nossa galáxia é considerada semelhante em muito com Andrômeda. Juntas, estas duas galáxias dominam o Grupo Local de galáxias. A luz difusa de Andrômeda é causada por centenas de bilhões de estrelas. As várias estrelas distintas que envolvem imagem de Andromeda são realmente estrelas em nossa galáxia que estão bem na frente do fundo do objeto. Andromeda é frequentemente referido como M31, uma vez que é o objeto 31 na lista de objetos do céu difusos de Charles Messier. M31 é tão distante que leva cerca de dois milhões anos para a luz chegar até nós. Embora visível a olho nu, a imagem acima de M31 foi tirada com um pequeno telescópio. Muito sobre Andromeda permanece desconhecido, incluindo como ela adquiriu um centro duplo.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130626.html

Além do nosso Grupo, existem vários outros aglomerados de galáxias espalhados pelo Cosmo, e na nossa vizinhança encontramos os dois mais próximos, que são o grupo do Escultor a 2,4 Mpc de distância e o grupo da Ursa Maior-Camaleão a 3,0 Mpc de distância.

ALÉM DOS GRUPOS: OS AGLOMERADOS DE GALÁXIAS

Se a nossa escala de tamanho se ampliasse, iríamos nos deparar com grupos de grupos de grupos e assim por diante, até chegarmos aos superaglomerados de galáxias e às estruturas filamentares do universo, onde cada superaglomerado é mostrado como um mísero pontinho num esquema desenhado.

Aglomedaro de Galáxias de Virgem
Crédito de imagem e direitos autorais: Rogelio Bernal Andreo

Explicação: Bem mais de mil galáxias são conhecidas os membros do aglomerado de Virgem, um grande aglomerado de galáxias próximo de nosso próprio grupo local. Na verdade, o aglomerado de galáxias é difícil de apreciar por completo, porque abrange uma área tão grande no céu. Cobre cerca 5x3 graus, neste mosaico de imagens telescópicas que registra claramente a região central do aglomerado de Virgem através de tênues nuvens de poeira persistentes ao primeiro plano e da nossa galáxia a Via Láctea. Nesse aglomerado M87 é uma galáxia espiral gigante que domina esse aglomerado, está apenas abaixo do centro do quadro. Acima de M87 é o famoso par de galáxias interagindo NGC 4438, também conhecido como Os Olhos. Um exame mais detalhado da imagem revelará muitas galáxias menores como manchas difusas. Em média, as galáxias do aglomerado de Virgem estão a 48 milhões de anos-luz de distância. A distância do Aglomerado de Virgem tem sido empregada na determinação da constante de Hubble e a escala do Universo.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap110422.html

O Aglomerado Hércules de Galáxias
Créditos e direitos autorais: Tony Hallas

Explicação: Trata-se de galáxias do Aglomerado de Hércules, um arquipélago de universos-ilhas distante 500 milhões de anos-luz. Também conhecida como Abell 2151, este grupo é composto de gás e de poeira, de galáxias espirais ricas em formação estelar, mas tem relativamente poucas galáxias elípticas, que carecem de gás e poeira e estrelas recém-nascidas associadas. As cores nesta imagem composta extraordinariamente de céu profundo mostram claramente a formação de estrelas das galáxias com uma tonalidade azul e galáxias com populações estelares mais velhas com um tom amarelado. A imagem nítida com 3/4 de grau do céu através do centro do aglomerado, o que corresponde a mais de 6 milhões de anos-luz de distância. Nessa imagem muitas galáxias parecem estar colidindo ou em fusão, enquanto outras parecem distorcidas - evidência clara de que as galáxias estão interagindo entre si. Na verdade, o próprio Aglomerado de Hércules pode ser visto como o resultado de fusões em curso de aglomerados de galáxias menores e é considerado ser semelhante aos jovens aglomerados de galáxias no muito e mais distante Universo primitivo.


Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap090716.html

O Aglomerado de galáxias de Fornax
Crédito de imagem e direitos autorais: Marco Lorenzi

Explicação: Como é que aglomerados de galáxias se formam e evoluem? Para ajudar a descobrir, os astrônomos continuam a estudar o segundo aglomerado de galáxias mais próximo à Terra: o aglomerado de Fornax, nomeado pela constelação do sul em direção ao qual a maioria de suas galáxias podem ser encontradas. Embora quase 20 vezes mais distante do que a nossa vizinha galáxia de Andrômeda, Fornax é apenas cerca de 10 por cento do aglomerado de Virgem a região mais populosa de galáxias. Fornax tem uma região central bem definida que contém muitas galáxias, mas ainda está evoluindo. Tem outros grupo de galáxias que aparecem distintos e ainda estão a se unir. Visto aqui, quase todas as mancha amareladas na imagem é uma galáxia elíptica. A pitoresca galáxia espiral barrada NGC 1365 visível no canto inferior direito é também um membro bem evidente do aglomerado de Fornax.

Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap130111.html


BIBLIOGRAFIA

Dixon, Robert T.; Dynamic Astronomy , 5th Edition; Prentice-Hall.

The Cambridge Atlas Of Astronomy , Third Edition; Cambridge University Press.

Mallas, J. H.; The Messier Album, Cambridge University Press.

Mourão, Ronaldo Rogério De Freitas; Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, Ed. Nova Fronteira.

Astronomia, Vol 2; Ed. Riográfica.

Astronomy Picture of the Day ( http://apod.nasa.gov/apod/lib/about_apod.html )



ODS-CDA-CDCC / USP-SC 01/08/2013