Semana de Sete Dias (jardim do cÉu na Terra)

 

Painel sobre a Semana de Sete Dias (pdf)

Dias da Semana

Em diversos momentos fazemos referência a algum tipo de contagem referente ao tempo, como: os dias, as horas, os meses, os anos, dentre outros. Mas como se originaram os dias, como conhecemos hoje?

A partir dessa simples pergunta, começam a surgir muitas outras perguntas. Você já parou para pensar por que o ano tem doze meses e a semana tem sete dias? Por que os dias e os meses receberam nomes especiais? E, ainda por que alguns anos são bissextos e outros não?

É fato que a astronomia e o calendário estão diretamente envolvidos, nossos antepassados precisaram criar modelos de contagem do tempo para preverem a ocorrência de alguns fenômenos da natureza, que determinavam cada qual na sua maneira, como seria o cotidiano daqueles povos, através do qual sabiam também a época apropriada para atividades agrícolas e comerciais.

Vale ressaltarmos que, antigamente a determinação do início e do término de uma estação só era feita por sacerdotes experientes, que tinham acesso aos observatórios, os quais eram financiados pelos reis. Dessa maneira, é fácil imaginar que os agricultores, trabalhadores que mais precisavam da natureza para o seu abastecimento, não eram privilegiados por tais informações.

Houve, então, a necessidade de criar espécies de calendários, que evidenciavam os períodos de cheias, plantio e colheita. Primeiro, o calendário foi dividido em meses, que, por sua vez, eram agrupados em dias, que forneciam indicações astronômicas e, até mesmo, astrológicas.

Para isso, eles faziam a contagem dos dias, marcando os dias de início e de fim das estações. Como sabemos hoje: 21 de junho início do inverno, 22/23 de setembro início da primavera, 21/22 dezembro início do verão e 21 de março início do outono.

Os calendários atuais são um tanto que diferentes, hoje eles são baseados em conceitos astronômicos e culturais, que definem os dias, semanas, meses e anos. O nosso ano tem a duração de 365 dias, porém esse não é o valor exato.

Na verdade, a Terra demora exatamente 365,2422 dias para dar uma volta em relação ao Equinócio Vernal, arredondados para 365 dias e 6 horas pelos antigos devido à falta precisão nas observações. Porém se fizermos isso, somar seis horas a cada ano em quatro anos, as estações ficam atrasadas em um dia.

Sendo assim, para corrigir essa defasagem adotou-se o chamado ano bissexto, onde a cada quatro anos o ano fica com 366 dias, ou seja, ao invés de adicionar seis horas todos os anos, juntamos durante quatro anos (6h + 6h + 6h + 6h) totalizando 24 horas, que é adicionado no ano bissexto.

Essa ideia de inserir um dia a cada quatro anos foi proposta pelo astrônomo Sosígenes de Alexandria ao imperador Júlio César no ano 46 a.c. Dessa maneira, esse calendário passou a ser chamado de “Calendário Juliano” em sua homenagem.

Ao primeiro mês do calendário deu-se o nome: Januarius e o dia excedente era acrescentado no segundo mês do ano, Februarius. Uma curiosidade é que o sétimo mês, Julho, é uma homenagem póstuma para o imperador romano, Juliano.

O calendário, atualmente, usado é o Gregoriano, o qual é mais preciso que o Calendário Juliano, pois considera o ano formado por 365 dias + 5 horas + 48 minutos + 46 segundos. Foi adotado pelo Papa Gregório XIII, em 1582, com o simples objetivo de determinar corretamente a data da Páscoa.

Mas como essa contagem é feita?

Como só é possível contar o ano através de números inteiros, a solução encontrada foi a colocação ou a retirada de anos bissextos. Mas como saber se o ano é bissexto? Para isso temos uma regrinha.

O primeiro passo é expressar o ano em números inteiros:

365,2422 dias = 365 + 1/4 – 1/100 + 1/400 – 1/3.300 dias

Dessa forma, se observarmos o denominador e o sinal que acompanha a fração, isso nos dará a resposta para a pergunta “De quantos em quantos anos o ano bissexto existe ou deixa de existir?”.

Por exemplo, o primeiro termo (1/4) nos diz que todo ano múltiplo de 4 é bissexto, mas o segundo termo (1/100) representa que todo ano múltiplo de 100 não é bissexto, mesmo sendo múltiplo de 4, o terceiro termo (1/400) indica que, se o ano for múltiplo de 400, ele é bissexto, ainda que seja múltiplo de 100.

Sendo assim, respeitando as regras, temos que o ano 2000 foi bissexto, porque é múltiplo de 400, mas o ano 1900 não foi e o ano 2100 também não será bissexto, pois são múltiplos de 100.

 

Origem da Semana

 

O dia é a unidade básica dos calendários, que são ainda agrupados para formar as semanas, os meses e os anos.

A palavra semana provém do latim septmana e significa sete manhãs (usado na Roma Antiga). Mas, por que se convencionou adotar esses sete dias? A própria natureza forneceu essa resposta aos antigos. Há dois motivos que podem ser considerados como as causas para isso.

O primeiro deles diz a respeito às fases da Lua, o período pelo qual, a aparência da Lua muda, por exemplo, se observarmos o céu em uma noite de Lua quarto crescente, veremos que ao passar de sete dias, ela estará em sua fase cheia.

O segundo motivo, está relacionado aos astros que, na antiguidade, eram visíveis a olho nu, via-se sete astros errantes no céu. São eles, Sol, Lua, Marte, Mércúrio,Júpiter, Vênus e Saturno.

Foi exatamente daí, que surgiu os nomes dados aos dias da semana em diversos países, como mostra a tabela abaixo.

Tabela 1- Dias da Semana

No português essa associação aos corpos errantes foi alterada por causa do catolicismo de Roma. Veja mais detalhes no painel pdf da Semana de o porque segunda-feira, terça-feira, etc.


Autora: Tamires Cristina de Souza
Revisão: Jorge Honel

 

Apêndice:

Ano tropical : é o período de revolução da Terra em torno do Sol com relação ao Equinócio Vernal, isto é, com relação ao início da estações. Seu comprimento é 365,2422 dias solares médios, ou 365d 5h 48m 46s. Devido ao movimento de precessão da Terra , isto é, do deslocamento lento dos polos em relação às estrelas, o ano tropical é levemente menor do que o ano sideral. O calendário se baseia no ano tropical. Precessão e nutação são componentes da resposta global da Terra, oblata, elástica e em rotação, aos torques gravitacionais da Lua, Sol e demais planetas.
Referência: Medidas do Tempo - Astronomia e Astrofísica, disponível em http://astro.if.ufrgs.br/tempo/tempo.htm, acessado em 13/08/2015

Nota adicional: O Equinócio Vernal refere-se quando o Sol cruza a linha do Equador Celeste do Hemisfério Celeste Sul para o Hemisfério Celeste Norte. Isso ocorre para o início da estação Primavera no Hemisfério Norte da Terra e o início da estação do Outono no Hemisfério Sul da Terra